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O poder da convivência entre idades no trabalho

Recentemente tive a oportunidade de participar de uma entrevista para a Alelo e dar uma palestra para um grupo de RH, o GEDEPEC - Grupo de Desenvolvimento de Pessoal da região de Campinas sobre o tema Etarismo e as Gerações.

Falar sobre diversidade virou um tema recorrente nas empresas. Temos avançado em questões de gênero, raça e inclusão. Mas há uma dimensão da diversidade que ainda permanece quase invisível: a etária.
O etarismo - preconceito, estereótipos ou discriminação com base na idade, é uma das formas mais silenciosas de exclusão no ambiente de trabalho. Ele se manifesta em piadas “inocentes”, em processos seletivos enviesados, na falta de oportunidades de desenvolvimento ou simplesmente na invisibilização de competências.

Muitas vezes, nem percebemos.
Mas quando alguém é subestimado por “já ter passado da idade” — ou por “ainda não estar pronto”, perdemos algo essencial: a riqueza das perspectivas que só a convivência entre diferentes tempos de vida pode trazer.

As gerações e seus contextos

Hoje convivem quatro gerações nas organizações:

  • Baby Boomers (1946–1964) - cresceram em tempos de prosperidade e estabilidade, veem o trabalho como responsabilidade e legado.
  • Geração X (1965–1980) - filhos da transição tecnológica e das crises, valorizam autonomia, equilíbrio e propósito.
  • Millennials ou Geração Y (1981–1996) - buscam significado, colaboração e desenvolvimento contínuo.
  • Geração Z (1997–2010) - nativos digitais, inovadores, conectados e profundamente atentos à diversidade e à autenticidade.

Essas diferenças não são rótulos são contextos. Cada geração foi moldada por transformações sociais, tecnológicas e culturais distintas. Quando entendemos isso, o diálogo entre idades deixa de ser um choque e passa a ser uma oportunidade de aprendizado mútuo.

Como costumo dizer nas minhas palestras: “mais importante do que entender as gerações é fazê-las se entenderem entre si”.

O impacto do etarismo no trabalho

Segundo a pesquisa Mitos e realidades da diversidade geracional nas empresas, realizada por PwC Brasil em parceria com FGV EAESP, 86% das empresas ainda não têm planos de carreira para profissionais acima dos 40 anos. É como se, a partir de certa idade, o talento entrasse em modo de “manutenção”. E, ao mesmo tempo, jovens profissionais ainda enfrentam o estigma da inexperiência, mesmo quando trazem inovação e novas formas de pensar.

O resultado:

  • Desmotivação e perda de talentos.
  • Climas organizacionais excludentes.
  • Redução da inovação e da diversidade de pensamento.
  • Risco para a imagem e reputação das empresas.

O etarismo não é apenas injusto, é ineficiente. Ele empobrece a tomada de decisão e impede que as equipes expressem todo o seu potencial coletivo.

Quando pessoas de idades diferentes se escutam e aprendem juntas, algo muito poderoso acontece. A experiência e a sabedoria dos mais maduros encontram a ousadia e a criatividade dos mais jovens. A visão estratégica se mistura com a curiosidade de quem ainda está experimentando.

As organizações que promovem essa convivência ganham:

  • Decisões mais ricas e equilibradas.
  • Mais empatia e colaboração.
  • Maior inovação e capacidade de adaptação.

Um bom caminho é investir em Mentorias, onde profissionais experientes e jovens trocam aprendizados de forma horizontal. A tecnologia pode ser ensinada por quem nasceu com ela; a inteligência emocional e a visão sistêmica, por quem aprendeu com o tempo.

A diversidade etária, quando acolhida, se transforma em vantagem competitiva.

Promover uma cultura livre de etarismo exige ação intencional e algumas práticas podem fazer diferença real:

  • Revisar critérios de seleção e descrições de vagas, eliminando vieses etários.
  • Estimular o desenvolvimento contínuo - o aprendizado não tem prazo de validade.
  • Valorizar trajetórias diversas, reconhecendo contribuições de cada fase da carreira.
  • Criar espaços de escuta e convivência entre gerações, como grupos de troca e projetos intergeracionais.
  • Promover flexibilidade e bem-estar, atendendo às diferentes realidades de vida.
  • Incentivar mentorias e feedbacks constantes, pois o reconhecimento é combustível para todas as idades.

Essas ações não dependem apenas da liderança, mas do compromisso de todos nós, como colegas de trabalho, em enxergar o outro para além da idade.

Quando criamos ambientes onde a idade não define o valor de alguém, abrimos espaço para um tipo de inovação que nasce do encontro entre experiências de vida.

As gerações não competem. Elas se completam. E talvez o verdadeiro desafio das organizações modernas seja justamente esse: transformar a diversidade de idade em potência coletiva.

O que você pode fazer hoje, na sua equipe, para transformar a diferença de idade em aprendizado e inspiração mútua?

Na We4You valorizamos a diversidade e respeitamos cada fase de sua carreira. Entre em contato conosco para conhecer mais sobre nossos serviços!
Sandra Zveibil Consultora de Carreira Sr.